O problema é sempre motivo de muitas dúvidas por parte das grávidas, por isso o ginecologista e obstetra dos hospitais São Luiz e Albert Einstein, Dr. José Bento, responde oito perguntas sobre essa doença. Confira:
No Brasil, o problema atinge aproximadamente 7% das gestantes, segundo dados do Ministério da Saúde. A diabetes gestacional aparece na gravidez e acaba após o parto, mas exige cuidados para manter a saúde da mãe e do bebê.
1. É comum mulheres grávidas apresentarem diabetes durante a gestação?Casos de diabetes durante a gravidez não são comuns, mas é imprescindível que o médico e a gestante fiquem atentos com relação aos sintomas, que são silenciosos e fáceis de ser confundidos com os sintomas da própria gravidez.
Os sintomas do diabetes gestacional se confundem com sinais característicos da gravidez, como aumento de apetite, fraqueza, vômitos freqüentes, náuseas, infecções por fungos, visão turva e maior quantidade de urina, o que dificulta a percepção das mulheres e do próprio médico de que algo não está bem. Outro fator preocupante é a perda de peso mesmo quando a mulher se alimenta de forma errada e excessiva.
Por isso, é preciso ficar atenta e fazer o exame de glicemia de jejum, que deve ser realizado no início da gravidez. Se o resultado desse exame for maior do que 86, é preciso acompanhar o aspecto glicêmico mais de perto durante a gestação.Durante a gravidez, o organismo feminino se depara com uma condição especial: a placenta produz uma substância que interfere na ação da insulina, o hormônio responsável pela colocação da glicose dentro das células de nosso organismo. Em condições normais, o organismo da gestante passa a produzir mais insulina para dar conta do excesso de açúcar que vai acumulando no sangue. No caso das mulheres que apresentam diabetes gestacional, a quantidade de glicose no sangue é maior que o normal e atravessa a placenta.
Para a prevenção do diabetes durante a gravidez, é importante que atividades físicas sejam incluídas na rotina da gestante, sempre sob a supervisão do médico. A prática de exercícios físicos é importante, pois colabora para a redução dos níveis de glicemia no sangue e melhora a ação da insulina. Além disso, a diminuição da ingestão de doces e carboidratos ajuda na prevenção da doença.
O primeiro passo para o controle da doença é aderir a uma dieta restritiva, ou seja, sem nenhum tipo de doce, açúcar e diminuição de carboidratos, sem esquecer de manter sempre uma vida ativa. O segundo passo, para auxiliar a mulher a controlar o diabetes gestacional com segurança e precisão, é essencial: a monitorização da glicose no sangue. Nesse contexto, fazer o monitoramento corretamente é fundamental para manter o equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue e para garantir a saúde da mãe e do bebê. Em último caso, se a taxa de glicose não diminuir, é preciso fazer aplicações de insulina durante a gestação.
No caso de gestantes que são diagnosticadas com diabetes, os bebês acabam apresentando um peso maior que o comum e mesmo assim são mais fracos que os demais. Consequentemente, na hora do parto, a criança tem dificuldade de sair do útero da mãe, por ser maior do que normal. Além disso, normalmente eles têm problemas respiratórios, apresentam excesso de insulina e hipoglicemia. Por esses motivos, são mais propensos a serem diagnosticados com diabetes tipo 2 no futuro.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes gestacional são: obesidade, casos da doença em família, partos anteriores de bebês com mais de 4 quilos e histórico de abortos espontâneos ou morte fetal sem explicação.
Normalmente, o diabetes gestacional desaparece logo depois do parto, mas até 40% das mulheres que passaram pelo problema desenvolverão diabetes tipo 2 num prazo de 10 anos. Caso fique grávida novamente, é muito provável que ela apresente o diagnóstico de diabetes novamente.
Vila Mulher/Mães e Filhos
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